AS RUPTURAS TECNOLÓGICAS NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Margarida Maria de Oliveira Reis

Gardenia de Castro

Resumo:

Discute as rupturas tecnológicas que ocasionam mudanças sociais,
culturais e educacionais e suas interferências na sociedade da informação. Aponta
reflexões teóricas sobre as novas tecnologias da informação e comunicação que
contribuem para o desenvolvimento desta nova sociedade, bem como os impactos e
conseqüências ocorridas em função destas evoluções.

Palavra-chaves:

Internet; Tecnologias – Rupturas; Novas Tecnologias da Informação e
Comunicação; Sociedade do Conhecimento, Sociedade da Informação.

1 INTRODUÇÃO

O uso intensificado de recursos informacionais na sociedade contemporânea
possibilita um acesso a múltiplos meios de informação e comunicação. A utilização
destes recursos e a busca por informações causaram uma revolução informacional
e fizeram surgir uma sociedade baseada no consumo de informação.

Segundo Lojkine (1999, p. 38) “esta revolução informacional não se reduziu
às potencialidades sociais da micro-eletrônica; antes, manifesta-se no conjunto de
formas novas da informação que ela mobiliza, notadamente nos circuitos da
inovação da empresa e das redes que vinculam indústrias, serviços e pesquisa
científica”.

As tecnologias de informação e comunicação criadas e desenvolvidas
possibilitam a disposição e troca de informação e as mudanças na sociedade. As
novas tecnologias de informação e comunicação tendem a provocar mudanças nos
hábitos, comportamentos, atitudes e oportunidades do indivíduo, com reflexo para
a sociedade como um todo.

Esse texto tem como objetivo traçar uma reflexão sobre a sociedade da
informação. Analisa a evolução da sociedade e discute a ruptura tecnológica
causada pela incorporação das novas tecnologias de informação e comuncação nas
maneiras de acessar e usar a informação na sociedade.

2 A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO

A sociedade no terceiro milênio convive com sistemas globais de comércio e
troca de informações, uma comunicação global instantânea, efêmera, com
velocidade na transmissão através de redes eletrônicas cada vez mais sofisticadas, e
quase todos os serviços oferecidos ou são automatizados no todo ou em parte.

O debate internacional sobre a construção das bases para uma sociedade da
informação, em termos nacionais e globais, representa uma análise da organização
da sociedade e da economia, e pode ser considerada como um novo paradigma
científico, tecnológico, social, educacional e cultural. As mudanças na área de
educação e cultura, isto é, nas instituições educacionais, artísticas e culturais, pelos
meios públicos de transmitir e utilizar a informação do rádio, da televisão, do
cinema, apontam alterações nos formatos e apresentação dos conteúdos, seja desde
os tradicionais jornais impressos e on-line, seja nas publicações periódicas
científicas e tecnológicas. Transpassar do ambiente impresso ao digital não requer
apenas a aplicação de técnicas e tecnologias, mas, principalmente, aplicação de
princípios cognitivos do ser humano, como bem retrata Lévy em suas obras (1993,
1998, 2000).

As transformações pelas quais a sociedade moderna passa decorrem das
novas tecnologias de informação e comunicação e marcam o início de uma nova
epoca denominada “Sociedade da informação” por Castells (2002, p.22) onde:

[...] um novo sistema de comunicação que fala cada vez mais
uma língua universal digital tanto está promovendo a
integração global da produção e distribuição de palavras,
sons e imagens de nossa cultura, como os personalizando ao
gosto das identidades e humores dos indivíduos. As redes
interativas de computadores estão crescendo
exponencialmente, criando novas formas e canais de
comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo
moldadas por ela.

Mattelart (2002) afirma que quando existe um processo de mudança, há
sempre um discurso salvacionista, reavivando uma promessa de concórdia
universal, democracia, justiça social e prosperidade. Em relação a “Sociedade da
Informação” isso é visível na literatura das áreas de comunicação, ciência da
informação e outras afins, bem como na ação dos governos e de organismos
multilaterais. Dos organismos multilaterais o “Manifesto da UNESCO para a
Internet” exemplifica a expectativa depositada no acesso democrático desta
“grande rede de informação” como forma de promover a igualdade e outros valores
humanos.

Segundo Tapscott apud Tarapanoff (2001, p. 36) a sociedade da informação
trata-se de uma nova sociedade que surge com nova estrutura, novos canais de
comunicação, novas formas de atuação social e de trabalho. Takahashi em A
Sociedade da Informação no Brasil: Livro Verde (2000) discute que no mundo
inteiro, assim como no Brasil, estamos vivendo na Sociedade da Informação, uma
nova era em que a informação flui a velocidades e em quantidades há apenas
poucos anos inimagináveis, assumindo valores sociais e econômicos fundamentais.

Vivencia-se uma nova ordem mundial. A sociedade da informação é o
resultado desses novos referenciais sociais, econômicos, tecnológicos e culturais,
os quais também provocam um conjunto significativo de mudanças de enfoque no
âmbito das sociedades e de suas organizações, em que Tarapanoff (2001) aponta:

a) A informação constitui a principal matéria-prima, um insumo comparável
à energia que alimenta um sistema;
b) O conhecimento é utilizado na agregação de valor a produtos e serviços;
c) A tecnologia constitui um elemento vital para as mudanças, em especial o
emprego da tecnologia sobre acervos de informação; e,
d) A rapidez, a efetividade e a qualidade constituem fatores decisivos de
competitividade.

Para González de Gómez (2003, p. 61)

a sociedade da informação poderia ser entendida como
aquela em que o regime de informação caracteriza e
condiciona todos os outros regimes sociais,
econômicos, culturais, das comunidades e do Estado.
Nesse sentido, a centralidade da comunicação e da
informação produziria a maior dispersão das questões
políticas da informação, perpassada e interceptada por
todas as outras políticas: as públicas e as
informacionais, as tácitas e as explícitas, as diretas ou
indiretas.

A sociedade industrial produz, sobretudo, meios de produção, bens a serem
consumidos, capital. A sociedade pós-industrial produz, sobretudo, conhecimento,
administração de sistemas, capacidade de programar a mudança ou o futuro. A
programação do futuro utiliza-se da “mercadoria” informação (DE MASI, 2000).

Entre as características, todas as expressões culturais, da pior à melhor, da
mais elitista à mais popular, vêm juntas. Reflete-se sobre um fenômeno social
recente, sobre o qual os estudos ainda são incipientes, as comunidades virtuais,
uma nova forma de comunidade, que reúne pessoas on-line conforme valores e
interesses comuns. O ciberespaço tornar-se-ia o espaço móvel das interações entre
conhecimentos e conhecedores de coletivos inteligentes desterritorializados.

3 IMPACTOS SOCIAIS

A revolução da tecnologia da informação, provocada pela ruptura
tecnológica e considerada evento histórico com importância igual à Revolução
Industrial do século XVIII, se caracteriza, conforme Castells (2002), por sua
penetrabilidade, quando todos os domínios da vida humana são influenciados pelas
tecnologias de processamento e comunicação da informação centrada na aplicação
de conhecimentos e informações para a geração de conhecimentos e dispositivos
de processamento/comunicação da informação num ciclo que se retroalimenta
cumulativamente entre inovação e uso.

A tecnologia pode ser entendida como o conjunto de normas, ferramentas e
técnicas que visam otimizar atividades e alcançar metas. Tecnologia definida desta
forma representa técnicas e modos de implementar as ações organizacionais. Não
existe sistema social sem uma tecnologia pela qual ele tenha se desenvolvido
(ANGELONI, 2002, p. 17).

Assim, o uso da tecnologia eleva o padrão de vida e reduz as desigualdades;
define uma nova forma de racionalidade funcional modificando os modelos
educacionais e, revolucionando os transportes e as comunicações, cria novos tipos
de relações e de interdependência econômica. A tecnologia, enfim, modifica a
percepção do espaço e do tempo. (DE MASI, 2000)

As tecnologias informacionais, permitindo a interação dos aprendizes com
seus semelhantes, que podem ser virtuais ou reais, permitindo uma interação até
remota, originam uma noção nova, a de inteligência coletiva.

A Inteligência Coletiva é definida por Lévy (1998) como o somatório de
todas as inteligências individuais distribuídas para serem compartilhadas,
resultando em uma mobilização efetiva de conhecimento e competências, que são
potencializadas e somadas em tempo real através das novas formas de
comunicação. É a possibilidade da partilha da memória, da percepção, da
imaginação, resultando na troca de conhecimentos e na aprendizagem coletiva
através destes novos canais de comunicação.

Uma vez que a cultura é criada e sustentada pelas redes de comunicação
humanas, é inevitável que mude com a transformação dos seus modos de
comunicação. (CAPRA, 2002, p. 163)

A presença e o uso, ou a ausência da rede de computadores, é o diferencial
significativo na sociedade do conhecimento. A dinâmica das relações são fontes
cruciais de dominação, transição e transformação de nossa sociedade. A sociedade
baseada em redes, conforme coloca Castells (2002), configura uma nova
morfologia social e um novo paradigma da tecnologia da informação que fornece a
base material para a expansão da rede em toda a estrutura social.

Diversas novas tecnologias estão sendo desenvolvidas para serem e já sendo
utilizadas, dando continuidade a contínua evolução da forma como a comunicação
acontece e a informação é disponibilizada. Tecnologias para comunicação de
aparelhos portáteis (Bluetooth), tecnologias para integração de redes (Next
Generation Networks-NGN), mas principalmente, as mudanças tecnológicas nas
telecomunicações e a Internet, trazem a perspectiva da continuidade desta
revolução informacional.

3.1 Internet: histórico e conceitos gerais

A Internet é uma rede global de redes que permite que as pessoas acessem e
distribuam informações por todo o mundo (LAUDON; LAUDON, 1999, p. 8). Nos
anos 1980, a National Science Foundation – NSF - http://www.nsf.gov , criou uma
rede de alta velocidade para permitir que centros de pesquisa e universidades
tivessem acesso aos seus supercomputadores.

A primeira conexão da Internet no Brasil aconteceu em ambiente acadêmico
a partir de 1989. Nesse ano, a Bitnet, uma rede semelhante à Internet, expande-se
em várias instituições e as universidades federais do Rio Grande do Sul e do Rio de
Janeiro. Em 1990, a Fundação de Amparo a Pesquisa de São Paulo – FAESP,
conectou-se com a Internet. O objetivo comum dessas instituições era possibilitar
que pesquisadores brasileiros ampliassem seu potencial de comunicação com
outras universidades e institutos de pesquisa estrangeiros. No mesmo ano cria-se a
Rede Nacional de Pesquisa – RNP, uma iniciativa do Ministério da Ciência e
Tecnologia, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico – CNPQ. Em 1991, a RNP implantou em 21 estados no País os
serviços Internet conforme relato sucinto de Blattmann, Carvalho, Faqueti e
Fragoso (2003, p. 86).

Desde que se abriu ao tráfego comercial, no início dos anos 1990, este é o
componente de maior crescimento e se configura uma tendência já estabelecida.
Esta rápida expansão se deve, principalmente, à descoberta, por parte de inúmeras
empresas, do potencial da Internet enquanto ferramenta de divulgação e
comercialização de produtos e serviços, conhecido como e-commerce o comércio
eletrônico de bens e serviços.

Entre as características das ferramentas da Internet destina-se o alto grau de
interação do usuário com o ambiente gráfico, o qual pode direcionar procedimentos
síncronos e assíncronos: possível disponibilizar e acessar informações tais como o
World Wide Web (WWW) e File Transfer Protocol (FTP), o correio eletrônico, as
listas e grupos de discussão. (CENDÓN, 2001)

Os grupos de discussão funcionam como painéis eletrônicos, onde a
informação é colocada em um local determinado de acordo com o assunto a que
está relacionado. As pessoas interessadas no tópico se dirigem a este local para
buscar a informação desejada (BOHMERWALD; CENDÓN, 2003, p. 49).

3.2 Mudanças na sociedade

Durante a evolução da humanidade diversas revoluções contribuíram para o
grau de tecnologia e de ciência para possibilitar condições de sobrevivência. Da
revolução agrária, passa para a revolução industrial, de serviços ao da informação
no ciberespaço (velocidade de transmissão, desterritorialização).

Cabe refletir sobre quais as condições adequadas e compatibilizadas entre os
profissionais que planejam e operacionalizam tecnologias da informação e
comunicação. Que produtos e serviços são desenvolvidos e para quem? Qual a
percepção dos bibliotecários sobre as tendências da sociedade e do mercado em
oferecer e utilizar produtos e serviços desejados? Quais os requisitos estratégicos,
operacionais e tácitos para manter um padrão de qualidade organizacional com
presença de novas tecnologias da informação e comunicação?

Precisa ser estudado técnica e cientificamente a implementação dessas
tecnologias em seus diferentes contextos. Caso contrário, haverá a mera adesão e
subjugação de poderes e interesses de povos e de poderes como o financeiro, o
tecnológico, o cultural, o educacional, e o social.

3.3 Em busca de soluções

O acesso à informação via recursos on-line possibilita um alcance imediato a
recursos para ensino, pesquisa e informação em diversos bancos de dados nos mais
diferentes campos e áreas de governo, de conhecimento e do comércio. Conta com
o fator de análise da quantidade (o volume), a qualidade (identificar o relevante) e
agrega a rapidez da busca, acesso e uso da informação.

O bibliotecário precisa ter competências, habilidades e atitudes no manuseio
de recursos informacionais on-line. A sua participação torna-se vital para
dinamizar o uso da Internet, reduzindo a divisão digital conhecida como exclusão
digital, o que significa participar do letramento (information literacy).

A participação do bibliotecário na sociedade da informação implica no
conhecer técnicas e aplicar práticas para inserir as comunidades locais na teia
global. Isto quer dizer que precisa haver um direcionamento das políticas públicas
para o acesso e estimular o uso da informação em seus diferentes suportes
(impresso, video, digital, on-line, etc). O importante é que estejam disponibilizadas
e acessiveis informações de modo ágil, rápido, pertinente e confiáveis ao público
específico.

Também compete ao bibliotecário questionar determinadas tecnologias e
procedimentos que são impostos pelo consumismo, pelas tendências locais e
globais considerando questões de oferecer a qualidade de serviços e produtos,
observar normas e padrões de segurança tanto para os indivíduos (privacidade)
bem como aos equipamentos (software e hardware); identificar e agir para
minimizar impactos sociais.

Para Albrecht (1992), a qualidade em serviços, é a capacidade que uma
experiência ou qualquer outro fator tenha para satisfazer uma necessidade, resolver
um problema ou fornecer benefícios a alguém. Assim, a qualidade de serviço na
Internet é uma exigência real do mercado, sendo fundamental para transformar a
Internet em uma infra-estrutura capaz de proporcionar vários tipos de serviços aos
usuários.

Oferecer possibilidades de videoconferência, vídeo sob demanda, canais de
rádio e televisão e uma série de aplicações, e, o que cada vez mais está motivando
usuários, provedores e fornecedores tradicionais de conteúdo.

Alguns fabricantes de equipamentos fornecem soluções parciais para
qualidade de serviço na Internet, mas a grande maioria dos profissionais da área,
mesmo os mais experientes, não sabem utilizá-los adequadamente.

As questões relativas à segurança da Internet estão relacionadas ao aumento
da utilização comercial, da transmissão de dados pessoais e de áreas específicas, o
que faz com que a preocupação com a privacidade e a segurança das trocas destas
informações passe a ser relevante. Por ser projetada para ser acessada facilmente, a
Internet tem-se mostrado vulnerável a acessos não-autorizados a computadores
interligados, dificultando a capacidade de confiança nesses sistemas cada vez mais
utilizados. Assim, todo o tipo de questões relativas à segurança dos sistemas como
um todo, passando pelos acessos, e a troca dessas informações, tem sido um dos
temas mais discutidos e melhorados, pois está relacionado diretamente com a
justificativa e a confiabilidade para a utilização dessas tecnologias. Além disso,
apenas alguns países mais desenvolvidos já possuem uma legislação e fiscalização
específica e rigorosa sobre estas questões.

Se estas tecnologias têm facilitado o acesso a um volume maior de
informações, por outro lado, uma das maiores críticas a estas tecnologias é em
relações a filtragem destas informações. A sobrecarga de informações tem sido
uma tarefa difícil de ser trabalhada, por que os dispositivos atuais ainda não
colaboram de forma mais eficiente possível.

Observa-se o rompimento de barreiras geográficas, e o aumento da
velocidade na troca e na disponibilização de recursos informacionais. Novos
produtos e serviços surgem a cada instante e a sensação de frustração em não
conseguir acompanhar o ritmo frenético da evolução tecnológica assola as pessoas.
Cabe lembrar a importância da velocidade na transmissão de dados via Internet,
conforme a operação do backbone, http://www.rnp.br/backbone/index.php, em
agosto de 2004, da Rede Nacional de Pesquisas aponta diferenças significativas
entre os pontos de acesso, por exemplo, a conexão entre Rio Branco (Acre) e Rio
de Janeiro (Rio de Janeiro) é de 1 Mbps enquanto a conexao de Rio de Janeiro a
São Paulo está na velocidade de 622 Mbps. Isto significa que haverão problemas
na motivação do acesso e uso da informação em rede, causando expectivas,
decorrentes dos discursos e das promessas, e por outro lado frustrações resultantes
da lentidão da transmissão e recepção dos dados.

4 CONSIDERAÇÕES

Na evolução das tecnologias de informação e comunicação, a sociedade
altera a maneira de seus relacionamentos e dinamiza uma cultura da informação no
qual o efêmero, rápido, global permeia o processo de comunicação.

Bibliotecários precisam conhecer quais os recursos, analisar os possíveis
impactos ao implentar as novas tecnologias de informação e comunicação nos
diferentes contextos sociais, políticos, econômicos, educacionais e culturais.

Ações quanto à disponibilização e acessibilidade de informações
possibilitam minimizar a exclusão social pela oferta e uso de recursos digitais, seja
como um telecentro ou seja criação de bibliotecas escolares, públicas nos diversos
lugares (favelas, centros comunitários, escolas, cidades, entre outras localidades), e
principalmente fortalecer com recursos financeiros para manutenção dos acervos
existentes. Pois não basta políticas públicas aprovadas sem ações práticas. Muitos
acervos estão cada vez mais fragilizados por falta de recursos. Isso leva a um
embelezamento do discurso e pouca viabilização direta de ações para a sociedade
acessar e usar a informação para diferentes fins.

Como exemplo disso, pode-se citar os centros de informação e as bibliotecas
universitárias públicas brasileiras, que mudaram e adaptaram seus serviços
tradicionais para o formato eletrônico afim de que o usuário possa ter acesso a
informação de forma mais rápida, organizada e eficaz. Com isso muitas coleções
de periódicos e de livros estão somente no formato eletrônico on-line; no entanto
existem poucos recursos para acessar essas fontes e muito se perde, pois não
existem mais as devidas coleções impressas.

O relacionamento da sociedade pela busca da informação também
fez mudar os serviços e produtos, pois no ambiente da Internet estes
devem ser pautados nas necessidades dos clientes, reconhecendo o
potencial das tecnologias, as competências, habilidade e posturas das
pessoas no manuseio dos recursos e, principalmente, atender as demandas
sociais, econômicas, políticas, educacionais e culturais de cada contexto.

REFERÊNCIAS

ALBRECHT, K. Revolução nos serviços. São Paulo: Pioneira, 1992.
ANGELONI, M. T. Organizações do conhecimento: infra-estrutura, pessoas e
tecnologias. São Paulo: Saraiva, 2002.
BLATTMANN, U.; FRAGOSO, G. M. O zapear na informação. In:________. O
Zapear a informação em bibliotecas e na Internet. Belo Horizonte: Autêntica,
2003. p. 13-26.
BLATTMANN, U; CARVALHO, L. S. FAQUETI, M. F. ; FRAGOSO, G.M. O
mau uso da Internet em bibliotecas: um enfoque educacional. In: _______. O
Zapear a informação em bibliotecas e na Internet
. Belo Horizonte: Autêntica,
2003. p. 83-97.
BOHMERWALD, P.; CENDÓN, B. V. Vantagens das listas de discussão como
fonte de informação pessoal e profissional. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de
Biblioteconomia e Ciência da Informação, n. 2, p. 41-60, jun./dez. 2002.
Disponível em: <http://www.encontrosbibli.ufsc.br/Edicao_16/Cendon_vantagens.pdf>
Acesso em: 03 nov. 2003.
CAPRA, F. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. São Paulo:
Cultrix, 2002. p. 141-159.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 6. ed. rev. e ampl. São Paulo: Paz e Terra,
2002. v. 1.
CENDÓN, B. V. Ferramentas de busca na Web. Ciência da Informação, Brasília,
v. 30, n. 1, p.39-49, abr. 2001,
DE MASI, D. A sociedade pós-industrial. 3. ed. São Paulo: Editora Senac São
Paulo, 2000.
GONZÁLEZ DE GÓMEZ, M. N. As relações entre ciência, Estado e sociedade:
um domínio de visibilidade para as questões da informação. Ciência da
Informação
, Brasília, v. 32, n. 1, p. 60-76, jan./abr. 2003.
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação: com Internet. 4. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 1999.
LÉVY, P. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 2. ed. São
Paulo: Loyola,1998.
LÉVY, P. A revolução contemporânea em matéria de comunicação. In:
MARTINS, F. M.; SILVA, J. M. da (Org.). Para navegar no século XX:
tecnologias do imaginário e cibercultura. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2000. p. 195-
216.
LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da
informática. Rio de Janeiro: Ed. 34,1993.
LOJKINE, Jean. A revolução informacional. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1999.
MATTELART, Armand. História da sociedade da informação. São Paulo :
Loyola, 2002.
TAKAHASHI, T. (Org.) Sociedade da informação no Brasil: Livro Verde.
Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000.
TARAPANOFF, K. (Org.) Inteligência organizacional e competitiva. Brasília:
Editora Universidade de Brasília, 2001.
_________________

TECHNOLOGY RUPTURES AT THE INFORMATION SOCIETY

Abstract:

Argue the technological ruptures in social, cultural and educational
changes and the information society. Points as the new technologies contribute for
the development of this new society, as well as the occured impacts and
consequences in function of these evolutions.

Keywords:

Internet; Technologies rupture; Information and Communication New
Technologies ; Knowledge Society of the, Librarians - Society of the Information;
Information Science.
_________________

Margarida Maria de Oliveira Reis

Mestranda em Ciência da Informação do Programa de Pós-Graduação em Ciência
da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina (PGCIN/UFSC)
Diretora da Biblioteca Central da Universidade Federal do Acre
E-mail: mdeoliveirareis@yahoo.com.br

Gardenia de Castro

Mestranda em Ciência da Informação do Programa de Pós-Graduação em Ciência
da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina (PGCIN/UFSC)
E-mail: gardeniacastro@terra.com.br

Rev. ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, v. 9, n.1 , p. 88-96, 2004.