O estudo, com base na revisão de literatura, e coleta de dados por
questionários,
tem como propósito a aplicação do SDI em universidades
e objetiva a sua utilização na
educação continuada. O processo de globalização
e a velocidade de transmissão de dados
digitais nos avanços científicos e tecnológicos na
sociedade do conhecimento, dimensionada
pela estrutura composta de modernos canais de informação e
comunicação, facilita e requer
o permanente processo de aprendizagem do sujeito. Descrevem os elementos
da
disseminação seletiva de informações e finaliza
com questionamentos quanto à necessidade
de aplicação do SDI no ambiente acadêmico e em relação
à educação continuada.
Disseminação Seletiva de Informações (SDI);
Sociedade do conhecimento;
Universidades – tecnologia da informação; Tecnologia da informação;
Educação continuada.
A versão original deste texto foi apresentada inicialmente como
Pôster na
IV Conferência Internacional em Política Tecnológica
e Inovação, realizada em
Curitiba, no período de 28 a 31 de agosto de 2000. A idéia
principal consistia em
apresentar os benefícios de aplicar a Disseminação
Seletiva de Informações (do
inglês Selective Dissemination of Information conhecido na literatura
como SDI)
como instrumento de educação continuada, destacando a necessidade
das
universidades assumirem a responsabilidade de “treinar”, ou seja, capacitar
os
sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, identificados
como
docentes, discentes, pesquisadores e corpo administrativo; de modo que estes,
após
conhecerem as facilidades oferecidas pelo serviço, continuem a utilizá-lo
como
meio permanente de atualização.
Este texto é direcionado aos profissionais envolvidos com a
Biblioteconomia e Ciência da Informação. Tem como objetivo
apresentar a
linguagem, os procedimentos adotados para a elaboração do
SDI (descritos
sinteticamente), a evolução da produção científica
e a metodologia do SDI, com a
intenção de mostrar facetas deste serviço. A proposta
apresentada de aplicação da
Disseminação Seletiva de Informações no processo
educativo, enfoca a prática da
mesma.
A descrição é fundamentada na pesquisa bibliográfica
sobre SDI e educação
continuada. Provoca-se a reflexão e discussão de idéias
para confrontar na
Sociedade da Informação.
Com o processo de globalização e a velocidade nos avanços
científicos e
tecnológicos, a busca pela informação tornou-se uma
necessidade. A Sociedade do
Conhecimento, também conhecida por Sociedade da Informação,
passa a ter uma
nova dimensão, apresentando uma estrutura renovada e dispondo de
modernos
canais de comunicação.
Para Vieira (1998) apud Tarapanoff (1999, p. 33) “a sociedade da
informação seria aquela com pleno acesso e capacidade de utilização
da
informação e do conhecimento para sua qualidade de vida, o
desenvolvimento
individual e coletivo dos cidadãos e para gestão da economia”.
Com a implantação do SDI nas universidades, as bibliotecas
universitárias
podem estimular os acadêmicos quanto ao aprofundamento de temas e
provocar o
desenvolvimento dos trabalhos técnicos e científicos para
as atividades de ensino e
pesquisa e auxiliar diretamente na educação continuada.
Desde os primórdios da história da humanidade o homem preocupou-se
em
registrar para a posteridade os conhecimentos adquiridos e suas vivências.
Para
isso utilizou várias formas de linguagem aperfeiçoadas ao
longo do tempo.
A evolução da escrita acompanha a própria evolução
humana. Desta forma
o homem valeu-se de expressões artísticas em seu estágio
mais rudimentar,
passando pelas escritas pictográficas, mnemônicas, ideográficas,
caracteres
cuneiformes, hieróglifos e finalmente chegando ao alfabeto.
A natureza sempre ofereceu ao homem recursos para o registro das
informações como: rochas, argila, pergaminho, papiro e papel.
O uso do papel
permitiu que as informações chegassem a um maior número
de pessoas e a
imprensa, por sua vez, permitiu a reprodução em maior escala
das informações
escritas. Da tipografia para o aparecimento do computador levaram-se
aproximadamente cinco séculos, e com o computador, a produção
e o acesso às
informações atingiram o ápice.
O computador, por ser um instrumento que permite a rápida interação
entre
pessoas de diferentes classes sociais, regiões e níveis intelectuais,
despertou no
homem um sentimento de mudança e transformação. Com
isso, muitos dos valores
que regiam a sociedade foram colocados à prova desencadeando o que
alguns
pesquisadores chamam de “crise da civilização”, e, para eles,
a “crise do livro” está
diretamente relacionada à “crise da civilização”, o
que se constata na opinião de
Martins (1996, p. 426).
A “crise do livro” não passa, pois, de um aspecto da “crise
da civilização” de que ele é a criação mais alta, mais
específica. A história do homem ocidental é, em última
análise, a história do livro. Tudo o que se fez até hoje, desde
os tempos pré-históricos, mas sobretudo a partir da
Antiguidade, tem encontrado no livro, na palavra escrita, a
sua interpretação, o seu programa ou a sua glorificação. O
texto foi, dessa forma se identificando cada vez mais com a
própria civilização. Hoje, essa crise que, segundo Huizinga,
atinge todos os valores, intelectuais, morais e estéticos, não
poderia poupar o livro que é, de todos eles, o instrumento
por excelência.
Com o uso intensificado da informação acessível e
disponível em
computadores modifica-se não apenas os valores da sociedade, mas
também, a
forma de registro, acesso e uso das experiências humanas. A digitalização
está
presente no registro de fotografias, vídeos e até mesmo de
informações
originalmente impressas, fazendo uso dos recursos da multimídia que
oferece a
informação através de imagem, som e movimento. Em pleno
inicio deste novo
milênio, o livro impresso e o registro digital caminham juntos. Questiona-se
a
substituição do livro impresso pela informação
digital. Entretanto, muito ainda há
de se esclarecer e as tendências apontarão quais os caminhos.
A Disseminação Seletiva de Informações é
um serviço que fornece ao
usuário uma relação periódica de fontes informacionais,
relacionadas com sua área,
mediante o preenchimento de um perfil de interesse.
A comunicação científica sempre passou por mudanças.
Quando os principais veículos eram a palavra escrita e
impressa, isso acontecia com relativa lentidão. Os novos
meios de comunicação criados pela tecnologia da
informação aceleraram este ritmo. A comunicação científica
passa agora por um período de rápida evolução.
(MEADOWS, 1999, p. 245).
Contudo, os mesmos aparatos tecnológicos da tecnologia da informação,
que possibilitaram as mudanças no processo de comunicação
científica, permitiram
o avanço das técnicas de tratamento das informações
e a partir deles é possível
desenvolver serviços voltados para atender satisfatoriamente às
necessidades dos
usuários. Para Robredo e Cunha (1986, p. 9) “a medida que as técnicas
de
tratamento da informação têm progredido, surgiram novos
serviços mais adaptados
às necessidades dos usuários”. Destaque-se, entre eles, a
Disseminação Seletiva de
Informações.
O perfil de interesses, utilizados na Disseminação Seletiva
de Informações,
funciona como um filtro que refina a grande quantidade de informações
oferecidas
pela literatura científica, canalizando de forma personalizada os
pacotes
informacionais resultantes do cruzamento da base de dados com o perfil de
interesse. A idealização desse serviço é atribuída
a Hans Peter Luhn.
Os principais componentes do SDI são: a) base de dados bibliográfica;
b)
base de perfis de interesse dos usuários; c) pacotes informacionais;
e d)
retroalimentação.
Um dos elementos que compõem um serviço de SDI é a
base de dados. O
gerenciamento da base de dados bibliográficos requer no momento da
implantação
certos cuidados que garantam um desempenho adequado do serviço. A
publicação
exponencial, principalmente de artigos em periódicos científicos,
provoca a
preocupação e ações em atualizar as bases de
dados com conteúdos condizentes
aos interesses da clientela.
Em relação às bases de dados, um aspecto a ser observado
no processo de
disseminação da informação é a seleção
do que realmente será relevante para o
usuário do serviço. Deve-se adotar políticas de seleção
relacionadas às
características do documento/fonte de informação e
à abrangência do conteúdo.
Quanto às características, a política de seleção
deve analisar a consistência da
informação veiculada, reconhecimento do autor por seus pares
e inovação
proposta. Por outro lado, quanto à cobertura a política de
seleção restringe-se à
tomada de decisão referente à geração de bases
de dados na própria instituição ou
aquisição de bases de dados externas.
Outro aspecto muito importante na estruturação da base de
dados é o tempo
de atualização, o qual está diretamente ligado ao intervalo
de envio dos pacotes
informacionais. Deve-se, ainda, estabelecer os critérios de acesso
aos documentos
para que o ciclo da informação seja percorrido por completo.
Não interessa ao
pesquisador somente ser informado dos documentos publicados em sua área
de
atuação, mas também as formas de poder acessá-los.
O acesso pode ser através do
acervo da própria biblioteca que oferece o serviço, comutação
bibliográfica,
empréstimo inter-bibliotecário ou indicação
da disponibilidade on-line.
Outro elemento do SDI são os perfis de interesse. Nocetti (1980,
p. 24)
define os perfis de interesse “como o conjunto de indicadores que caracterizam
as
necessidades informacionais dos usuários”.
Os perfis de interesse podem ser elaborados a partir de formulários
que
representem o usuário no confronto das bases de dados com a sua necessidade
de
informação. O formulário pode ser composto por vários
campos:
a) número do perfil de interesse (para controle interno);
b) data de preenchimento;
c) dados pessoais: indicações que facilitam o contato com o
usuário como nome, endereço pessoal, e-mail, telefone etc;
d) nome e endereço da entidade a qual o usuário está vinculado;
e) escolaridade;
f) tema: parte do perfil em que o usuário determina o que irá
pesquisar, especificando clara e objetivamente o assunto que
deseja localizar;
g) embasamento: seria o ponto de partida da pesquisa,
representado por uma ou duas referências bibliográficas;
h) idiomas: descrição da língua em que deseja receber as
referências dos documentos; quanto mais opções, mais
documentos podem ser recuperados;
i) palavras-chave: campo destinado aos termos relevantes que
irão identificar o tema da pesquisa. Além do vocabulário livre,
podem ser utilizados glossários, tesauros, índices e outras
formas de vocabulário controlado;
j) extensão da pesquisa: identifica se o usuário pretende uma
pesquisa exaustiva ainda que corra o risco de recuperar
referências irrelevantes ou uma pesquisa restrita com um
mínimo de irrelevância;
k) período de abrangência: intervalo de tempo referente à data
de publicação dos documentos. Embora o SDI priorize
informações atualizadas, a delimitação do período de
abrangência pode auxiliar em pesquisas retrospectivas, pois, a
base de dados pode ser atualizada com informações
provenientes de documentos não recentes, oriundos de doação,
permuta e até mesmo compra. Ex.: A partir de 1990 ; de 1990
a 2000.
O terceiro elemento do processo de Disseminação Seletiva
de Informações
trata dos pacotes informacionais. Estes consistem em listagens personalizadas,
com
a indicação de fontes de informação, resultantes
do cruzamento das bases de dados
com os perfis de interesse. O cruzamento dos perfis de interesse com a base
de
dados pode ser manual ou automatizado, entretanto, alerta-se para a inviabilidade
do cruzamento manual em sistemas de grande porte.
Os pacotes informacionais, portadores da identificação dos
documentos
recuperados de interesse dos usuários, podem ser gerados na forma
de referências
bibliográficas, catalogação ou simplesmente relacionando
os tópicos dos
documentos (autor, título, imprenta). Dependendo das características
das bases de
dados utilizadas, podem vir acompanhados de um resumo sucinto do documento,
dos descritores relacionados (palavras-chave) e do idioma em que o texto
se
encontra. O número e a relevância das referências recuperadas
dependem da
abrangência da base de dados utilizada e da “evidência científica”
do assunto. Os
pacotes informacionais podem ser enviados por correio tradicional ou eletrônico
(e-mail), ou em malote (correspondência enviada internamente entre
instituições ou
setores), e até mesmo entregues pessoalmente – se os usuários
forem poucos e
estiverem no mesmo espaço físico da instituição
que disponibiliza o serviço.
A retroalimentação consiste no mecanismo pelo qual a instituição
mantenedora é informada sobre a eficiência do serviço.
Uma forma muito utilizada
para se obter a retroalimentação é o envio de um questionário
de avaliação anexo
ao pacote informacional. Por meio dele são coletadas informações
que identificam
o grau de utilização do programa de disseminação.
O usuário relata os aspectos
positivos e negativos do material recebido identificando informações
não
utilizadas, irrelevantes e até previamente conhecidas.
O questionário de avaliação respondido pelo usuário
e devolvido à
coordenação do SDI, possibilita aos responsáveis pelo
sistema analisar o conteúdo
e definir ações que podem até implicar na necessidade
de refinar o perfil do
usuário na tentativa de evitar futuras distorções nas
estratégias de busca.
O sucesso do SDI depende de uma eficiente e eficaz estrutura das bases
de
dados, dos perfis de interesse definidos com clareza e objetividade para
a
realização do serviço de envio dos pacotes bibliográficos.
A retroalimentação é
fundamental para a avaliação do serviço porque funciona
como mediadora no
sistema, adequando-o conforme demonstrarem as necessidades.
As pessoas desenvolvem competências e habilidades em produzir,
armazenar e disseminar informações para torná-las disponíveis
e acessíveis. Esse
fato decorre em saber lidar com a sobrecarga de informações
e assimilar
conhecimentos com mais rapidez e eficiência necessária à
aplicação de métodos,
técnicas e instrumentos de aprendizagem para o desempenho das pessoas
na
Sociedade da Informação.
A universidade, diante da revolução educacional, tecnológica
e social não
pode ignorá-la nem tampouco deixar de aproveitar seus benefícios.
Como centro
crítico e questionador jamais será usuária incondicional
dos recursos oferecidos
pela tecnologia, mas, desconhecê-la ou deixar de aproveitá-la
é absolutamente
imperdoável (MARCOVITCH, 1998, p. 142). É importante que seja
fortalecida a
educação dos usuários da biblioteca universitária,
desde a graduação, quanto a
aspectos de saber localizar a informação e utilizar os novos
recursos
informacionais para atender as demandas imediatas, ou ao longo da vida,
na qual
se requer a competência e habilidade da educação continuada.
Considerando a natureza do SDI, ao selecionar as informações
de interesse
do usuário conforme publicadas, o processo se completa, visto que
quando ao
tomar conhecimento das publicações seja na área técnica,
acadêmica ou literária, o
serviço poderá oferecer meios de enriquecer o aprimoramento
profissional, pois,
segundo Silva ([199-]), a formação universitária não
deve ser vista como
terminada, mas sim como ponto inicial que determina, como prática,
a qualidade
do processo como um todo.
A aplicação do SDI voltado para a prestação
de serviços aos alunos de
faculdades e universidades auxilia no suporte de atividades de ensino e
pesquisa.
Se o aluno de graduação utilizar este serviço e acostumar-se
com os benefícios e
vantagens do sistema, posteriormente ele o verá como um aliado em
sua vida
profissional, podendo utilizá-lo como um instrumento de atualização
profissional e
educacional.
Tornar disponível o SDI aos profissionais atuantes no mercado de
trabalho e
na sociedade, ou seja, fora do ambiente acadêmico, possibilita obter
retorno
financeiro dos investimentos direcionados à aquisição
de fontes de informação nas
bibliotecas universitárias e de melhorias na relação
custo X beneficio para a
instituição que oferece o serviço.
Há universidades que estabelecem um valor monetário para
a prestação do
serviço. Para algumas, o maior problema enfrentado é a atualização
das bases de
dados, para outras, o custo é que acarreta as maiores complicações.
Um aspecto relevante é que em muitas instituições,
além do fornecimento
dos pacotes informacionais, há a preocupação de se
oferecer o acesso aos
documentos na íntegra. Isso fornece credibilidade ao serviço
pois não apenas
informa a existência do documento mas disponibiliza o acervo para
satisfazer o
usuário.
A educação continuada possibilita a atualização
profissional e atende
exigências do mercado de trabalho.
Dentre as reflexões, a visão de Marin (1995) ao analisar
termos e
concepções referentes ao assunto :
Parece que a terminologia educação continuada pode ser
utilizada para uma abordagem mais ampla, rica e potencial,
na medida em que pode incorporar as noções anteriores –
treinamento, capacitação, aperfeiçoamento – dependendo da
perspectiva, do objetivo ou dos aspectos a serem focalizados
no processo educativo, permitindo que tenhamos visão
menos fragmentária, mais inclusiva, menos maniqueísta ou
polarizadora. (MARIN, 1995, p. 19, grifos da autora)
Concorda-se com tal concepção porque ao propor a Disseminação
Seletiva
de Informações o serviço pode auxiliar nos processos
de aperfeiçoamento pois
permite um maior grau de instrução e de capacitação
já que permite obter
patamares mais elevados de profissionalidade, sendo os termos em destaque
defendidos por Marin (1995) ao refletir sobre aperfeiçoamento e capacitação.
O uso de novas tecnologias na ampliação dos canais educacionais
possibilita sincronizar diversos recursos tecnológicos utilizados
para conduzir a
informação a diferentes lugares e a um grande número
de pessoas. O rádio, a
televisão, os satélites, as fibras ópticas, as gravações
sonoras e audiovisuais, as
redes informatizadas e o computador foram colocados a favor do ensino com
o
escopo de alcançar um público amplo e heterogêneo. A
aplicação pedagógica de
diferentes meios tecnológicos, cada um com sua peculiaridade, modificou-se
ao
longo do tempo. Com os computadores a educação à distância
e a educação
continuada atingiram um estágio diferenciado.
A tendência para o século XXI é a de uma formação
constante, o contínuo
apreender. Pode ser formal ou informal, presencial ou à distancia,
utilizar técnicas
e métodos rudimentares ou recursos do ciberespaço. Em todo
caso, necessita-se
observar os requisitos de cada pessoa, suas habilidades e competências
e
principalmente identificar quais os recursos mais pertinentes e apropriados
para
cada situação. Ponderar as vantagens, limitações
e desvantagens é apenas o
começo .
Compreende-se o ciberespaço, este ambiente virtual da informação,
no qual
circula de forma dinâmica, em ritmo acelerado, dimensionado pelas
barreiras de
tempo e espaço para a aprendizagem, possibilitará aos indivíduos
inserirem em seu
planejamento de vida a necessidade de se educar sempre.
A Internet é um canal dinâmico, permite o fácil acesso
às informações para
pessoas conectadas em diferentes lugares. Esta rede amplia o universo da
pesquisa,
constituindo-se em um meio para a educação continuada. Entretanto,
ao se acessar
a Internet, é possível que se desvie do objetivo da busca
frente à variedade de
informações e amplitude das fontes disponíveis. Desta
forma o SDI, por ser um
serviço personalizado, tem o objetivo de filtrar as informações
e priorizar a
qualidade para evitar a sobrecarga informacional.
As pessoas precisam saber quais os recursos disponíveis e como podem
utilizá-los, pois existem muitas características em bases
de dados. Algumas são
direcionadas para consulta de dados estatísticos, outras, referenciais,
e tem aquelas
com texto ou multimídia direcionando consultas diferenciadas conforme
a
necessidade e especificação de cada consulente. A utilização
do SDI aliado a estas
bases permite oferecer a informação adequada à determinada
necessidade, no
tempo certo e a uma demanda previsível.
Algumas instituições disponibilizam bases de dados em conjunto
com a
disseminação seletiva. As bases de dados encontram-se tecnicamente
tratadas e o
SDI otimiza o acesso às informações nelas contidas.
Dentre elas pode-se citar o
Centro Nacional de Energia Nuclear – CNEN, por meio do Centro de Informações
Nucleares – CIN, que oferece o serviço desde a década de 1970
no Brasil.
A utilização conjunta da Disseminação Seletiva
de Informações com bases
de dados possibilita a melhoria da qualidade dos serviços. Se houver
a associação
do SDI com as bases de dados já disponibilizadas, pode-se alcançar
um maior grau
de satisfação dos usuários, pois isto lhes poderia
poupar o tempo e precisão
referente à pesquisa.
O preenchimento do perfil do usuário, o cruzamento do perfil com
as bases
de dados e o envio dos pacotes informacionais possibilita melhorias no
atendimento e respectiva satisfação do usuário.
O gerenciamento do serviço de disseminação seletiva
da informação precisa
ser realizado profissionalmente e não por amadorismo. O Serviço
de Alerta pode
ser utilizado como uma forma de SDI em algumas instituições.
A constante interação entre o profissional responsável
pela Disseminação
Seletiva de Informações e sua comunidade, bem como a permanente
atualização
das bases de dados, torna-se fundamental para um atendimento satisfatório.
Entre
as viabilidades de interação observa-se sugestões de
como implantar um serviço de
SDI proposto por Souto (2003).
A demanda de informações precisa ser analisada cuidadosamente
para
atender também as necessidades de informações bibliográficas
convencionais e
não-convencionais. Com o uso do ciberespaço no cotidiano das
pessoas e diante da
pluralidade de meios e formatos em que a informação se apresenta
(publicações
eletrônicas periódicas, teses on-line, e-books, bases de dados,
etc.), é vital que o
serviço ofereça acesso às informações
de interesse dos usuários,
independentemente do suporte em que se encontrem. O sistema deve ser flexível
permitindo que o usuário indique no perfil de interesse quais os
meios ou formatos
satisfazem suas necessidades.
Algumas empresas utilizam a Disseminação Seletiva de Informações
com
fins comerciais. A absorção desta estratégia pelas
instituições particulares de
ensino pode constituir uma nova fonte de captação de recursos
financeiros que,
reinvestidos, reduzem o alto custo da manutenção e atualização
das bases de dados.
A aplicação do SDI na educação continuada,
oferecida pelas universidades
e instituições públicas ou particulares que gerenciam
bases de dados voltadas para
o aperfeiçoamento profissional, poderá ajudar a diminuir o
problema de acesso e
uso às informações de interesse real e poupará
o tempo e esforço por parte do
usuário.
Recomenda-se estudos que investiguem a viabilidade de uso do SDI como
instrumento de educação continuada e também aperfeiçoar
sua aplicação em
instituições de ensino superior, seja na graduação
ou pós-graduação, para conhecer
outros aspectos dimensionados pelas influencias decorrentes das constantes
e
contrastantes mudanças na sociedade, ciência e a tecnologia.
HUIZINGA, J.. O declínio da Idade Média. São
Paulo: Verbo/Ed. da USP, 1978.
______. Erasme. 5. ed. Paris: Gallimard, 1955.
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MARTINS, Wilson. O livro contemporâneo. In: ____. A palavra escrita:
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MEADOWS, Arthur Jack. A comunicação científica.
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NOCETTI, Milton A. Disseminação seletiva da informação
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http://sw.upd.ufc.br/snbu > Apud
(TARAPANOFF, 1999, p. 33).
________________________
Abstract: The study, based on literature revision and data collection
through questionnaires,
has the purpose of valorizing the application of SDI (Selective Dissemination
of
Information) at universities, helping its utilization on a individual long
life learning
education. The dimensions of the Knowledge Society, turn to present a backbone
structure
based on modern information and communication channels to facilitate the
long life learning
process. Describes the elements of the Selective Dissemination of Information
and at last,
show needs to apply SDI in Universities and continuous education.
Keywords: Selective Dissemination of Information (SDI); Universities
– information
technology; Knowledge society; Information technology; Continuous education
________________________
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Campinas São Paulo
E-mail: lfsouto@unicamp.br
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Campinas São Paulo