A NARRATIVA POÉTICA: A RECRIAÇÃO E INTERAÇÃO PELA CONCORDÂNCIA1
Julio Enrique Correa
Resumo: A narrativa poética pode-se assemelhar a uma dança
literária das palavras, atravessada pelo movimento do ritmo e das sonoridades.
A recriação contínua e interação concordante entre as palavras, ritmos e sons
por meio dos versos, estimula a re-descoberta dos significados inseridos como
mensagens essenciais das coisas que conta. Como exploração dessa definição
mostra-se o jogo de concordância: a) entre as versões em português e
italiano da poesia do italiano Giacomo Leopardi: “O infinito”; b) no diálogo
narrativo entre os movimentos dos bailarinos e a criação poética do narrador,
na tarefa interativa de construir uma coreografia e um poema, baseados no conto
de uma viagem pelo continente sul-americano. Discute-se o papel da narrativa
poética na educação estética para a construção social da realidade democrática
feita de múltiplos níveis de significações, que precisa de uma comunicação
multicultural entre diferentes narradores e suas linguagens expressivas e
narrativas.
1 INTRODUÇÃO
A comunicação participativa de
toda a população em uma democracia não se desenvolve por si só, precisando do
treinamento tanto das capacidades comunicativas pessoais quanto grupais, para
que os discursos possam se qualificar em associações de pessoas e grupos em vez
de encorajar à concorrência pelo domínio discursivo dos espaços narrativos
(CORREA, 2002). Voltar às formas associativas originais (EISLER, 1995), como
podem se desenrolar por meio de práticas estéticas (LEBORIT, 1970), é uma
estratégia possível para mudar os interesses impostos pelos domínios
sócio-culturais que são transmitidos aos grupos familiares (WEBER ; CORREA,
2001).
O
desenvolvimento da sensibilidade estética e a relação mantida com os objetos
estéticos poderiam ser favorecidos por uma educação “moral” baseada na
comunicação e na interação social, capaz de construir uma forma de vida pessoal
integrada à comunidade, e assim, desenhar e transformar a realidade (STINSON,
1998). O objetivo da democracia real é habilitar a versatilidade que capacite
nos discursos tanto quanto nas controvérsias (do que a arte e a ciência são
bons exemplos): ao propor seu treinamento pela narração grupal de contos
(WEBER; CORREA, 2001; CORREA, 2002). Segundo os irmãos Grimm, os contos
populares foram as formas naturais originais da poesia que falavam os mesmos
estilos e dialetos do povo (VALENTI, 2000). Outra proposta de instrução
coletiva para atingir os objetivos da educação estética no meio sociocultural
democrático poderia ser provida, então, pelo estímulo da narrativa poética
“natural”.
A construção social da realidade democrática é
feita de múltiplos níveis de significações que precisam de uma comunicação
multicultural entre diferentes narradores e suas linguagens expressivas,
narrativas e idiomáticas. Precisamente, a poesia entabula uma comunicação que
aproveita todas as possibilidades comunicativas e criativas que surgem ao
misturar, com concordancia, meios e recursos narrativos tanto lingüísticos
quanto corporais, dando espaço à expressão de diferentes níveis de significados
daquelas coisas que são relatadas, tornando-se uma via rainha para a educação
estética.
Neste trabalho explora-se o emprego da narrativa poética como meio
estético de comunicação sócio-cultural, entre diferentes idiomas, narrativas e
narradores: 1) no mesmo texto literário poético traduzido em dois idiomas
(português/italiano), a possibilidade de demonstrar na concordância, uma transmissão
do “sentido” poético entre diferentes idiomas; 2) na criação de um poema em
forma interativa com um grupo de dança (construindo uma coreografia e um poema
baseados em um conto de uma viagem pelas diferentes culturas do continente
sul-americano), provar a concordância do diálogo entre as linguagens corporais
dos bailarinos e verbais do narrador.
2 A
TRANSMISÃO DO SENTIDO POÉTICO
Pode-se dizer que a
caraterística principal da narrativa poética é sua pesquisa inovadora da
linguagem. Assemelha-se a uma dança literária de palavras que
misturam imagens e sons em um movimento
rítmico e contínuo da linguagem, como vagas no mar.
A recriação contínua
e interação concordantes entre as palavras, ritmos e sons dos versos provoca a
redescoberta de significados inseridos nas mensagens essenciais das coisas que
conta, quando descreve detalhes e coisas não vistas antes. As variações dos
versos do poema assemelham-se à recriação de contos, descobrindo significados
embaixo dos significados (HARROWER, 1978), que aprofundam as faces da mensagem.
A narrativa contemporânea
nos filmes, por exemplo, é uma narração de contos pelas imagens, sons e ritmos
que oferece à linguagem poética todas as possibilidades expressivas. Ali, as
imagens e a sonoridade acham seus ritmos próprios e podem atingir uma
comunicação de alto dramatismo poético. É possível fazer recriações de filmes
com técnicas “vídeo-narrativas”, editando fragmentos de filmes na seqüência que
sublinhe o conteúdo poético ou sejam realçados certos significados simbólicos,
costurando uma nova história pessoal ou grupal (CORREA, 2000).
Recriar a poesia como
se fosse a recriação de um conto, é só um ensaio de variação temática (CORREA,
2002), mas alguém pode julgar tal exercício como uma falta de respeito aos
autores originais. Contudo, não é uma simples mistura interativa feita pelo
“zapping”: a narração das versões recriadas dos contos gera uma real
participação narrativa e imaginária
compartilhada com outros (CORREA; GONZÁLEZ; WEBER, 1991).
A recriação poética, por meio da
sonoridade e o ritmo provido por diferentes idiomas e gírias, de acordo com o
estilo da polifonia poética ou verso harmônico procurado por Mário de
Andrade (1978), pode brindar a possibilidade de descobrir sentidos mais amplos
dos diferentes idiomas ao misturá-los nas concordâncias entre seus sons e
ritmos. Kristeva (2000) relata que Hannah Arendt escreveu a Karl Jaspers: “O
que fica é a lengua.” Ao lembrar a definição de Herder da poesia: “a lingua mãe
do género humano” (VALENTI, 2000), poder-se-ia dizer que a língua “fica” se a
poesía recupera o senso, amparando os enganos das falas. A procura da linguagem
da alma de humanidade - pela qual comunicar não é ditar ou impor o que é a verdade
ao outro, mas, falar a verdade dos sentimentos que não podem se expressar com
as palabras -, é a transmissão do sentido. Num exercício de
infinita criatividade, a narrativa poética faz uma “dança antropofágica” entre
as culturas e as línguas, tentando voltar à língua original feita e geradora de
todas as línguas, no intento de atingir a compreensão das essências das coisas,
independente do seus nomes (ECCO, 1994), nas mesmas ou diferentes línguas.
Como exemplo, se
propôs fazer um exercício de concordância entre as versões em Italiano e
Português do poema do poeta italiano Giacomo Leopardi (LUCCHESI, 1995):
L’infinito
O infinito
Giacome Leopardi Tradução de Vinicius de
Moraes
Sempre caro mi fu quest’ermo
colle Sempre cara me foi esta
colina eterna
e questa siepe, che de tanta
parte e esta sebe, que
de tanta parte
dell’ultimo orizzonte il guardo
esclude, do último horizonte o olhar exclui.
ma sedento e mirando, interminati mas sentado a mirar,
intermináveis
spazi di là de quella, e
sovrumani espaços além
dela, e sobre-humanos
silenzi, e profondissima quiete
silêncios, e uma calma
profundissima
io nel pensier mi fingo, ove per poco eu crio em pensamentos, onde por
pouco
il cor non si
spaura. E como il vento não treme o coração. E como o
vento
odo stormir tra queste piante, io
quello ouço fremir entre essas
folhas, eu
infinito silenzio a questa
voce
o
infinito silêncio àquela voz
vo comparando e mi sovvien l’eterno vou comparando e vêm-me a
eternidade
e le morte stagioni, e la presente
e as mortas estações, e
esta, presente
e viva, e il suon di lei. Cosi tra
questa e viva, e o seu ruido. Em meio a
essa
immensitá s’annega il pensier mio: imensidão meu pensamento
imerge
e il naufragar m’é dolce in questo
mare. e é doce o naufragar-me
nesse mar.
A recriação do poema concordando duas línguas, não
pelas significações das palavras nas versões em italiano e português, porém
pelas suas sonoridades, persegue achar um senso do infinito mais próximo à
sensibilidade estética que a uma tradução dos seus significados:
O INFINITO DE LEOPARDI E VINICIUS
Sempre cara me foi (caro mi fu) esta
eternidade (colina, o colle)...
e questa siepe (esta sebe),
accerchiando lo sguardo?
que de tanta parte exclui
o olhar do último horizonte...
Sedento e mirando, me assento a mirar,
intermináveis espaços,
spazi di lá della siepe,
e sovrumani silenzi,
e profondissima quiete (tantos silêncios duma
calma profunda)
onde eu crio em pensamentos, onde por pouco
não treme o coração:
però il cor non si spaura, é como il vento,
como o vento que ouço fremir entre essas
folhas...
É infinito o silêncio, l’infinito silenzio
a questa voce, àquela voz comparo
e vêm-me a eternidade,
(e mi sovvien l’eterno, e le stagioni morte),
e esta, presente e viva,
e anche il suon (e o seu ruido),
em meio a essa imensidão
onde meu pensamento imerge
e il naufragar m’é dolce
(porque é doce o naufragar-me nesse mar)...in
questo mare.
Nesta recriação do poema, pode-se apontar a sugerência “longínqua” mencionada por Ecco (1994):
“língua mãe não era uma língua única mas o conjunto de todas as línguas”.
3 COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO POÉTICAS DAS LINGUAGENS CORPORAIS E
VERBAIS
Para explorar a possibilidade de um diálogo poético
concordante entre a mensagem verbal do narrador e os movimentos corporais, foi
realizada uma experiência em que o Autor atuou como narrador de contos em
verso, criados por ele. Ao mesmo tempo, coordenava o ensaio da equipe de dança,
no intento de construir uma coreografia baseada na temática de uma viagem
imaginária pelas terras e culturas da América do Sul.
A poesia foi
composta no momento da dança e modificada a cada ensaio, a partir da observação
da dança feita no primeiro encontro com o grupo composto pela diretora de dança
e três dançarinas2. Essa primeira avaliação do conteúdo transmitido
pela dança do grupo levou o narrador a escolher os poemas do Nicolás Guillén do
seu livro “O grande zôo” (1967)3; e no segundo encontro, recitar os
versos mais concordantes com os movimentos da dança. No terceiro encontro, o
livro de poemas foi deixado de lado e o narrador começou a recitar o texto
através da leitura direta dos movimentos. Isso levou as dançarinas assinalarem
a mensagem com movimentos corporais mais precisos, até que a diretora completou
a coreografia da primeira parte.
A segunda parte focalizou-se na
ambientação geográfica imaginária da dança, descrevendo as montanhas da América
do Sul do primeiro texto e seguiu o mesmo procedimento de escolha/ narração.
Isso levou à busca de seus nomes, para, finalmente, escolher aqueles com maior
sonoridade [Antisana – Cotopaxi – Chimborazo – Sorata – Pasco – Llullailaco–
Illimani– Aconcagüa - Tupungato – Copiapó].
Após,
seguiu a procura dos nomes das cidades antigas emergidas nas margens
dessas
montanhas [Sacsahuaman – Kenko – Cusco - Macchu Picchu
– Tiahuanaco - Ayacucho
“y Anticuchos”], e também dos rios nascidos nelas
[Urubamba – Marañón –
Solimões – Xingú – Juruá–
Yapurá – Apure – Caurá –
Casiquiar– Orinoco –
Paragüay – Paranahyba – Paraná – Uruguay
- Río de la Plata “y Ciudad”]. A
recitação cadenciosa deles impôs ritmo e ajudou a esboçar movimentos novos nas
dançarinas e oportunizou que um narrador do corpo substituisse o primeiro4.
4 CONSIDERAÇÕES
O jogo da concordância entre as palavras, sons e
ritmos dos poemas, tanto entre versões em diferentes idiomas, quanto com os
movimentos e ritmos corporais da dança, grifa a expressão dos diversos
significados dos textos poéticos, favorecendo a re-descoberta de outros
significados: 1) entre diferentes idiomas a recriação poética através da
sonoridade e do ritmo, pode aprofundar a transmissão do sentido poético das
palavras e sublinhar determinados significados, ressaltando mensagens
essenciais dos versos; 2) explorando a comunicação entre linguagens verbais e
corporais, na criação interativa do poema e da coreografia, tanto o texto
surgiu da leitura direta dos movimentos, quanto ajudou assinalar movimentos
corporais mais precisos ou esboçar movimentos novos na dança.
A versatilidade e
recriação das mensagens poéticas na procura de novas concordâncias constata-se
nas falas diárias, nessa classe de comunicação poética que integra os homens à
natureza, construindo juntos uma “obra coletiva anônima”, em que a voz do poeta
pode ser considerada uma representação sinfônica “da alma humana”, em sua
“procura duma dimensão transcendente”5, como se algum deus estivesse
pronunciando palavras comuns e sons da natureza. A fala poética diária fornece
uma variedade de expressões que abrangem manifestações instantâneas – pode-se até dizer, emergem de jeito
“mágico”-, tanto por meio da linguagem culta quanto da popular (VENKOVSKY,
1994).
A fala poética
popular tem um papel no desenvolvimento da sensibilidade estética e na
construção social da realidade democrática, feita de múltiplos níveis de
significações que integram o humano à natureza, e que precisam acrescentar as capacidades sensíveis de todas
as pessoas em seus próprios meios e incentivar capacidades de contatos
autênticos entre elas. Isso tem muita vigência no mundo multicultural de hoje,
que é refletido na inter-textualidade das estruturas literárias e sociais do
tempo pós-moderno, fornecido por multidão de textos, idiomas, identidades,
modos conversacionais e narradores diversos, oferecendo, segundo Payne (2002),
uma multiplicidade de histórias diferentes e variações locais que não são
suscetíveis de ser resumidas nem unificadas num relato abrangente.
O ensino dos
sentimentos aos jovens poderia sarar a
alma doente da sociedade e dos homens que moram nela [segundo um
homem da rua6 da Nova
Iorque , que falou no
trâmite da filmação da investigação teatral do filme Ricardo III (Filme:
“Looking for Richard”, Al Pacino, 1996)]. A busca própria da poesia é dos
significados emocionais, o que é o princípio duma forma de biblioterapia (RUBIN,1978;
CALDIN, 2005), a Terapia Poética, que tem as propriedades de facilitar a
objetivação dos sentimentos (HARROWER, 1978), e do sentir os próprios ritmos
corporais (LEEDY, 1969).
Fazer a concordância
entre as palavras ditas com os sentimentos da alma de quem as fala7, é a chave-mestra que abre
as portas da compreensão emocional - não só performance teatral no sentido do ritmo da acentuação das
palavras no “iambic pentameter” dos textos do Shakespeare [Falado no mesmo
filme de Al Pacino pela atriz inglesa Vanessa Redgrave, que fora protagonista
do filme “Isadora”]-, para começar o caminho da concordância com outros homens
que gostem de escutar dos cantos consoantes e das visões compartilhadas para
transformar a realidade, que, até agora, é configurada por valores que não são
humanos, mas, enganam, para que uns
poucos se aproveitem dos outros e da natureza, de uma maneira utilitária e
destrutiva [Filme: “Behind the sun”, Walter Salles, 2001].
Na sua procura de
concordância, a arte da comunicação e criação poética pode isentar a dor dos
homens condenados por essas concepções –como aqueles “nos campos nazis, na
relegação staliniana ou nas cadeias argentinas” (PETIT, 2004)-, ou bem
fortalecer o senso da pertinência do homem à natureza –sendo como os meninos de
“Orfeu” [filme de Marcel Camus, 1959], cantando e dançando para o sol acordar,
decorando o que fazia Orfeu, que ficou dormindo ou morreu com sua namorada.
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão
leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar.
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos
da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo,
por favor
Prá que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor.
Vinicius de Moraes e
Tom Jobim, (“A felicidade”). [Moraes, 1991]
NOTAS
1 Um adelanto na forma de oficina desse trabalho, foi
aceitado -mas não apresentado- pelo/ ao Congresso “Quebrando fronteiras:
danças, corpos e multiculturalismo”, Salvador, Bahía, Brasil, 3-10 de Agosto de
2003: “Cantando e dançando como meninos para o sol acordar: uma visão
multicultural da narrativa poética” por Julio Enrique Correa.
2 A Performance dirigida por
Judith Wiskitski (DaCi Buenos Aires), com as dançarinas: Silvina Álvarez,
Patricia Clark, e Luciana Friedlander foi feita para ser depois representada no
Congresso de dança “Rompendo
Fronteiras”, Salvador, Bahia, Agosto 2003.
3 “Los ríos”,
“El Aconcagüa”, “Las Nubes”, “La
estrella polar”, en Nicolás
Guillén, El Gran Zoo,
(Buenos Aires: Ed. Quetzal, 1967).
4 Nesta parte um bailarino se integrou
à equipe de dançarinas para induzir a dança como um envolvimento de pessoas
caminhando em sentidos diversos, representando um desenho do movimento do rio e
das ruas da cidade. Em correspodência, o narrador fechou seu relato, no qual
descreveu a confluência dos rios no “Rio de
5 registrado no vídeo “A poesia de cada dia” (Vencovsky,
1994).
6 “When we
speak with no feeling we get nothing out of our society. We should speak like
Shakespeare. We should introduce Shakespeare into the Academy. You know why? Because then the kids will have
feelings. We have no feelings. Its why is easy to get a gun and shoot each
other. We don’t feel for each other. But if we were taught to feel, we wouldn’t
be so violent. (Shakespeare) did more than help us: he instructed us”.
7 “Shakespeare’s poetry and his iambics flote and
descend through the pentameter of the soul, and it’s the soul; if we like, the
spirit of real concrete people going through hell and sometimes, moments of
great achievement and joy…. that is the pentameter you have to concentrate on,
and should you find that reality, all the iambics will fall into place”.
AGRADECIMENTOS
Eu agradeço à Professora Adriana Almeida do Centro de
Estudos Brasileiros (Buenos Aires), o seu alento e correção do primeiro texto,
e à Professora Clarice Fortkamp Caldin, a sua fraternidade científica ao longo
da correspondência pelo artigo.
REFERÊNCIAS
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RUBIN, R.J. Using Bibliotherapy: a guide to theory
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conflicto familiar y de pareja. El contexto sociocultural y la propuesta de Talleres de
Comunicación. Dinámica (Bs. As.), Año 7, n. 4, p.
41-50, 2001.
_____
POETIC NARRATIVE: THE RECREATION AND INTERACTION BY CONCORDANCE
Abstract: Poetic language may simulate a literary dance
with words that merge through ryhtm and sound into the language motion.
Continuous recreation and concordant interaction of words with rythms and
sounds, interweave together pursuing to re-discover the meanings enclosed as
essential messages in the things that are about to be told. In order to explore
such statement, the concordance interplay is shown: 1) between the
Portuguese and Italian versions from a poem written by Italian poet Giacomo
Leopardi: “The infinite”, 2) in the poetic dialogue made up by the narrative
movement depicted by dancers and the storyteller creation of a poem -as
involved in the interactive task of adjusting poem construction to/ modeling
coreographic design, based on a story about a journey through South America-.
The role of poetic narrative is discussed concerning the aesthetic education
that leads to the social construction of reality in democracy, made up of
plural levels of expressed meaning.
Keywords: Poetry; Storytelling; Dance; Aesthetics; Democratic
expression.
_____
Julio Enrique Correa
Médico Psicoterapéuta. Director del Espacio
Cultural del Instituto de Ciencias Ambientales y Salud
[ECICAS, Paysandú 752, (1405), Buenos Aires] de la Fundacion PROSAMA.
Colaborador de la
Fundación ACTA para la Salud Mental ,
Buenos Aires Endereço: Pacheco de Melo 2949, 2o “D”
(1425) Buenos Aires, Argentina. [TE.: 011-48025950; e-mail jecorrea@mail.retina.ar
].
E-mail: fuacta@intramed.net.ar
Artigo recebido
em: 05/02/2006
Aceito para publicação em: 19/04/2006
Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.11, n .2 , p.333-343, ago./dez. 2006.
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